Entrevista a Jomané

Após muitos anos na Liga Profissional Jomané voltou a casa para (ajudar a) conduzir o Esgueira à final da Proliga. Aproveitando este momento importante da temporada aproveitei para falar com ele e fazer algumas perguntas, nada de especial, nada de prolongado. Simpático, com sempre, ele acedeu prontamente.

Após muitos anos a jogar na Liga quais as principais diferenças entre os dois campeonatos?

- Diferenças? A principal é que na ProLiga fala-se português e na Liga fala-se Inglês. Em termos competitivos, apesar de o nível da ProLiga ser bastanteinteressante, na Liga os jogadores têm muito maior disponibilidade e capacidade física, o que acaba por tornar o jogo mais exigente. Defende-se mais forte e temos de defrontar jogadores mais altos e corpulentos, mas a nível de basket a diferença não é tão grande como aparentemente se poderia pensar.

Qual foi o sentimento de voltar a vestir o equipamento do Esgueira?

- Numa altura em que a ilusão do profissionalismo chegou ao fim, acho que foi um regresso natural a uma casa que me formou como pessoa e jogador. O sentimento acaba por ser de grande satisfação por ter sido bem recebido por colegas, público e direcção... se a isso tudo juntarmos os resultados da equipa, acaba por ser algo verdadeiramente especial.

- Por onde passou esse dominio sobre o Guimarães(quatro jogos e quatro vitórias)?

- Na verdade acho que a diferença foram sempre os 2 minutos finais. Duas equipas muito equilibradas, mas julgo que a experiência que alguns dos nossos jogadores têm, acabou por fazer cair sempre a partida para o nosso lado.

- Quais pensas ser os pontos fortes do Esgueira e do Sampaense?

Esgueira: Apesar de o jogo do Esgueira estar centrado em 2-3 jogadores, acho que a força está claramento no colectivo. Cada um sabe qual a sua função em campo e o que tem de fazer para ajudar a equipa a ganhar.

Sampaense: Ter o factor casa a seu favor, ser bi-campeão e estar habituado a estes momentos.

- Quais os pontos onde o Esgueira pode atacar?

Contra-ataque e jogo interior.

- O que pensas da situação actual do basquetebol nacional?

É sempre muito complicado falar sobre este assunto em poucas palavras, mas acho que é necessário repensar o actual modelo de competição Profissional. Vi várias vezes jogos com 10 americanos em campo, vejo mais uma vez um série de equipas com graves problemas financeiros e com dúvidas em relação ao futuro... só estes dois temas dão para ver qual a situação actual do basquetebol nacional.

- O futuro? Mais quantos anos a jogar? E depois, continuas ligado aobasquetebol?

O futuro é tentar ser campeão nacional da Proliga. Depois ainda não sei...Neste momento desempenho as funções de comentador de Poker na Eurosport e cada vez mais penso em tentar que o meu futuro passe por aí. Paralelamente também sou webmaster de um site (http://www.pokerpt.com/) relacionado com essa modalidade, onde tento moderar e acompanhar todos os que partilham esta mesma paixão.Quanto ao basket, continuo a achar que tenho capacidade para desempenhar várias funções dentro da modalidade, mas o panorama actual retira-nos forças, para pensar que o futuro poderá estar de alguma maneira ligada à modalidade. Apesar de tudo, continuo a dizer: I LOVE THIS GAME!!!, com a mesma alegria que o fazia com 6 anos.

Jomané um abraço de boa sorte para a final e obrigado pela disponibilidade.